Um dos processos mais complexos que os síndicos enfrentam está na recuperação de fachadas com revestimentos em pastilhas e cerâmicas.
Um dos processos mais complexos que os síndicos enfrentam está na recuperação de fachadas com revestimentos em pastilhas e cerâmicas.
De acordo com o técnico em edificações e especialista Ivan Martinez, se houver necessidade de tratar trincas ou reboco solto neste tipo de superfície, “a restauração do revestimento terá que ser feita por ‘panos’ e não somente no local afetado, com vistas a garantir boa aparência final. A mão de obra tem que ser especializada para cada tipo de material e, ao se passar o tempo, alguns deles poderão não ser mais encontrados no mercado”.
Uma das tendências é a remoção do acabamento antigo (caso do Edifício da Roma) ou a aplicação de um novo material sobre o original. Nesse sentido, uma das soluções mais controversas está na aplicação de textura sobre pastilha. Será que cola?
Para o engenheiro civil Marcus Vinícius Fernandes Grossi, há riscos de um mau resultado. Ele argumenta: A pastilha é irregular e muito lisa. Poderão ficar espaços sem preenchimento e mal aderidos na região sobre a pastilha, provocando descolamentos.
O engenheiro civil Vítor Loureiro afirma, por sua vez, que a solução tem sido demandada pelos condomínios por uma questão de custo e benefício. Porém, há todo um processo a ser aplicado para que os resultados finais estejam de acordo com as expectativas do cliente e com o prazo de cinco anos de garantia dado pelo prestador. Em primeiro lugar, o condomínio deverá contratar uma empresa idônea, capacitada e se certificar do uso de materiais de qualidade, diz o engenheiro. E na execução dos serviços, exigir que a contratada faça antes “um bom teste de percussão, retire as pastilhas dos pontos onde não há mais aderência, realize o preenchimento desses vazios, use argamassa colante com propriedade de aderência maior e, ao final, aplique a textura”. Segundo Vitor Loureiro, todo esse trabalho poderá ficar comprometido se houver futuras afixações ou instalações na fachada por iniciativa dos moradores. “Por exemplo, a instalação de telas de proteções nas janelas cria pontos vulneráveis de infiltração e expansão do revestimento, provocando seu descolamento.”
Outro engenheiro civil, Paulo Maccaferri, pondera, de seu lado, que nessas soluções o risco maior provém do descolamento inicial do revestimento antigo (no caso, a pastilha) e não do novo (a textura). Segundo ele, é impraticável dar garantia sobre um trabalho anterior, executado por outro técnico, em outro tempo. “Se abrir uma fissura na pastilha, a água vai percolar e levar a textura embora.” Assim, torna-se indispensável ter antes “um mapeamento da fachada para garantir que a pastilha esteja muito bem aderida”. “De qualquer forma, cada fachada tem sua particularidade, como a posição em relação ao sol, ventilação, efeitos da fuligem etc.”, observa Paulo Maccaferri, destacando que a solução que se aplica a uma nem sempre ‘cola’ em outra fachada.
Por fim, o engenheiro civil Kleber José Berlando Martins, presidente da Aspejudi (Associação de Peritos Judiciais, Árbitros, Conciliadores e Mediadores de Minas Gerais) e membro efetivo do Ibape-MG, observa que obras de restauração e/ou retrofit devem atender hoje aos parâmetros estabelecidos pela ABNT NBR 15. 575/2013, norma de desempenho da Associação Brasileira de Normas Técnicas, incluindo os materiais da fachada.
Fonte: direcionalcondominios.com.br
NOTÍCIAS MAIS LIDAS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
ACOMPANHE O BLOG DA CONDOAUREUM E VEJA TODAS AS PUBLICAÇÕES